Sempre tem algo que nos completa, seja lá com um amor, com esporte, com coisas malucas, com pai e mãe, etc. Duas dessas quatro coisas que citei sempre me completaram... Essas duas coisas eram minha base, meu alicerce. Mas um se foi pra sempre, sem me deixar algo que não doesse tanto igual à saudade. Já o outro fica bem perto de mim, o perto que fica longe, o perto que também machuca que também faz falta [...].
Lembro como se fosse hoje... Em uma tarde ensolarada, céu lindo bem azul, tarde perfeita pra tomar um sorvete... Até então quando chego em casa, olho pro quarto e você já não estava mais ali, eu era muito pequena pra entender tudo aquilo, mais fazia noção do quantas lágrimas que escorria pelo rosto da minha mãe. Não entendi os motivos pra ela ter feito aquilo. Afinal, quem deseja a separação dos pais, e logo pra quem o seu pai era o seu maior fã, não é verdade?
Ele levou tudo, não tinha muitas coisas. Depois da separação dois anos foram até ‘’legais’’ entre aspas, porque era horrível acordar, almoçar, jantar, fazer qualquer coisa sem a presença dele ali do lado, mesmo que era brigando. Sempre nos víamos nos finais de semana, saiamos sempre que dava, aparentávamos estar felizes, pois cada um ali sabia a falta que um fazia para o outro [...]. O tempo passa muito rápido, quem era criança fica adolescente, e quem é adolescente fica adulto assim por diante. A idade vai fazendo que você crie responsabilidade pra fazer qualquer coisa que relaciona ao mundo e a Deus. Aquele bebezinho que ele havia deixado, cresceu, hoje ela tem 16 anos, foram 6 anos sem acompanhar a nova vida que começou no dia em que saiu por aquela porta. Os dois sentem saudade, nenhum vai atrás, doí, doí não ter um pai presente no seu dia-a-dia. Eu acostumei, acostumei porque foi preciso, porque era necessário. Você se foi, não pra sempre, mas foi. Quero te pedir perdão por depois de tanto tempo não te dizer algo que te conforte ou demonstrar carinho pra você. Perdoe-me mesmo.
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